Sobre o definhar e o agradecer. Tornar magro, extenuar, enfraquecer. Do lat. definãre, de finis. Fim: termo, remate, acabamento. O definhar é intrínseco, ou extrínseco ao que há? Vincula-se ao tempo, ou é a propriedade daquilo que se dá no tempo? O definhar é uma ação que aponta para um aquém, ou dá-se constantemente no há do instante-lugar? O definhar é um fim para o há do aqui do instante-lugar, ou é o seu destino intrínseco? Por destino considera-se a condição mesma do vigir do que há. No definhar encontra-se a ação de definhar, o destino do definhar e o agente da ação do definhar, o definhado? Ou no definhar desvela-se o sentido do que há, no seu eterno escapar? Não seria o escapar um juízo fundado na memória? Mas o enfraquecer não aponta para um definhar e o destino não aponta para um acabar? O acabamento é o fim daquilo que há, o seu destino, porém, o destino é um lá? Não seria o definhar, como destino, uma ilusão? No definhar não habita um lá, apenas um aqui no instante-lugar. Deste modo, o definhar é o efetivar do que eleva e faz vigir o há do instante-lugar. A estaticidade é uma ilusão, porém, o movimento, no sentido de um para além como destino, também o é, pois a condição do definhar aponta para a realização imediata do definhado no cumprimento do seu destino. O destino do há é um revelar-se definhando, não em direção a, mas na realização mesma do seu vigir. O definhar, que é o fim da ação do vigir, é, como tudo que vige, o definhando. Ilusão da memória: o perder-se do que era em direção para um ainda-não como não-mais. Nesta ilusão paira a certeza do NADA como destino. Não é um assombro, supor o NADA como um depois? Haveria depois somente se houvesse um havido. Não reside aqui a contradição maior: o NADA supõe um havido no depois, que exige um há como lembrança, neste caso, não seria possível o NADA. Solução do enigma: o continuum é a essência do definhar – fundamento do vigir. Agradecer o simples é o antídoto contra a ilusão do definhar e do assombro do destino para o NADA. O SIMPLES É O RE-VELAR DO QUE VIGE E HABITA O HÁ DO INSTANTE-LUGAR. Agradecer: prostra-se alegremente no definhar do há;
Definhando, Marcosendo Viniciusendo.
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