sexta-feira, 31 de julho de 2009

tô com febre

Não quero dar azo a teorias conspiratórias, mas já que tá todo mundo opinando, também vou meter minha colher de pau nesse angu. É o seguinte:nesses 50 anos de minha vida
nunca vi tanto empenho da mídia (sic), do governo (sic),e outras instâncias no
combate a uma "pandemia" (sic). Porque nunca vi tanta mobilização em torno de
outros problemas que estão aí há mais tempo? Será que é devido ao medo que todos temos
da "inominável", da "indesejada das gentes"? Será que de repente todos demos para
nos preocupar com a saúde da sociedade de maneira geral? Será apenas mais uma falta
de notícias realmente relevantes? Não sei realmente... o que sei é que essa "revolução
asséptica" já tá me enchendo o saco. tô achando tudo muito mascarado e com vontade
de me mudar para a África, pois pelo menos dessa o continente esquecido (sic) está livre.

edson

O silêncio vale ouro

A sabedoria popular sempre acerta quando trata de nossos comportamentos cotidianos. O presidente do supremo tribunal federal tem esquecido constantemente do ditado que diz: “o silêncio vale ouro”. Por um lado o cargo exige que os juízes do supremo mantenham silêncio ou sejam econômicos em suas declarações.


O caso em questão é que o ministro Gilmar Mendes esquece que quem fala muito dá bom dia a cavalo, ou mostra ignorância sobre um tema que acabou de julgar. O julgamento do diploma para o exercício do jornalismo e seus desdobramentos mostra o despreparo de Gilmar Mendes com a liturgia do cargo que ocupa.


Caso o ministro tivesse mantido a discrição exigida não teria dado declarações mostrando sua ignorância sobro o tema das relações trabalhistas no mundo. Apesar do ministro, o Brasil ainda não tem defina qual posição adotar sobre a regulação das profissões.


Três caminhos podem ser seguidos: a total desregulamentação. A total regulamentação pelo poder legislativo. Ou, o caminho seguido pela maioria dos países, a regulação através das próprias categorias profissionais com algumas leis específicas e participação eventual do Estado.


Por isso o ministro deveria manter-se em silêncio. O Brasil ainda pensa qual caminho vai seguir, uma discussão que ainda não entrou na agenda do país. No entanto, não deveria demorar muito para tomar esta decisão, pois de pensar morreu um burro.


Arthur Barroso

terça-feira, 28 de julho de 2009

Postulado: a consciência é determinada pela estrutura da linguagem. Por linguagem compreende-se a condição estruturadora da Fala. A palavra é o instrumento da fala. Na palavra grafam-se condições de significado para os estados internos e estados externos. Na ausência de linguagem não há compreensão de ambos. A dinâmica da aquisição da linguagem passa pela esfera social. Na socialização da linguagem são transferidos conteúdos normativos, que são os valores veiculados na linguagem de um grupo específico. Os valores são sintomas de determinas estruturas vivas. A aquisição da linguagem é concomitante com a aquisição da consciência, que é concomitante com a interiorização das instâncias valorativas, logo a dinâmica da consciência é mediada pela relação com os sentidos dados pelos sujeitos anteriores. Assim, a consciência é determinada pela discursividade que nos é anterior, porém, como se institui a linguagem no recém-chegado, a sua consciência? Suspeito que dois são os sistemas de aquisição da consciência. Por ser derradeiramente relacional, a aquisição dá-se por recompensa. Tomamos por recompensa a satisfação do mando. 1) Pela dor; 2) Pelo desejo de ser reconhecido pelo sujeito desejado. A consciência do que é bom - Primeiro estágio, é disparado um conjunto de sensações que instalam o “estar sob o controle”. Estar sob o controle na relação com o outro é realizar o que mantém seguro a condição de satisfação. A palavra bom esconde os dois processos, o de ordem biológica e o de ordem social.
Marcos Vinicius.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Decrépito: ‘muito velho, gasto’. - decrepitus. Somente por comparação - acúmulo. Como é possível comparar? Na manutenção de uma identidade, uma foto, uma lembrança. A memória..., sempre a memória. Um conjunto de reações químicas fixadas por traumas: dar um significado especial para dada sensação: percepção de determinado estado, orientado por uma direção.
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M a r c o s e n d o .

sábado, 25 de julho de 2009

Sobre o definhar e o agradecer. Tornar magro, extenuar, enfraquecer. Do lat. definãre, de finis. Fim: termo, remate, acabamento. O definhar é intrínseco, ou extrínseco ao que há? Vincula-se ao tempo, ou é a propriedade daquilo que se dá no tempo? O definhar é uma ação que aponta para um aquém, ou dá-se constantemente no há do instante-lugar? O definhar é um fim para o há do aqui do instante-lugar, ou é o seu destino intrínseco? Por destino considera-se a condição mesma do vigir do que há. No definhar encontra-se a ação de definhar, o destino do definhar e o agente da ação do definhar, o definhado? Ou no definhar desvela-se o sentido do que há, no seu eterno escapar? Não seria o escapar um juízo fundado na memória? Mas o enfraquecer não aponta para um definhar e o destino não aponta para um acabar? O acabamento é o fim daquilo que há, o seu destino, porém, o destino é um lá? Não seria o definhar, como destino, uma ilusão? No definhar não habita um lá, apenas um aqui no instante-lugar. Deste modo, o definhar é o efetivar do que eleva e faz vigir o há do instante-lugar. A estaticidade é uma ilusão, porém, o movimento, no sentido de um para além como destino, também o é, pois a condição do definhar aponta para a realização imediata do definhado no cumprimento do seu destino. O destino do há é um revelar-se definhando, não em direção a, mas na realização mesma do seu vigir. O definhar, que é o fim da ação do vigir, é, como tudo que vige, o definhando. Ilusão da memória: o perder-se do que era em direção para um ainda-não como não-mais. Nesta ilusão paira a certeza do NADA como destino. Não é um assombro, supor o NADA como um depois? Haveria depois somente se houvesse um havido. Não reside aqui a contradição maior: o NADA supõe um havido no depois, que exige um há como lembrança, neste caso, não seria possível o NADA. Solução do enigma: o continuum é a essência do definhar – fundamento do vigir. Agradecer o simples é o antídoto contra a ilusão do definhar e do assombro do destino para o NADA. O SIMPLES É O RE-VELAR DO QUE VIGE E HABITA O HÁ DO INSTANTE-LUGAR. Agradecer: prostra-se alegremente no definhar do há;
Definhando, Marcosendo Viniciusendo.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Despojos: excessos de nada.

A falta aponta para um aquém, um lá? Ou é um desejo de estar não aqui, mas em lugar nenhum, onde o vento uive constantemente, onde o gozo esteja eternamente presente? A falta alça-se na fuga ou no desespero da transcendência. A abundância é a forma extremada da transcendência. O excesso é a busca da supressão da falta. A fuga é um perder-se na univocidade da multidão, no sem rosto da aceitação ou na aclamação extremada da diferença. Entre a negação e a aceitação encontra-se o EU. Na sua intraduzível complexidade, na sua incorruptível historicidade, reside, amargamente, só. O excesso expõe o desespero de ser intraduzível, em som, em imagem, em grito. A atomização social inviabilizará a ação e o pensamento. Bastam, agora, corpos belos, viris e eternos. A capilaridade da forma reduzirá a falta do EU? Ou é o caminho para a sua calmaria espúria, estúpida. Viva a Ferrari vermelha!!!

Marcos Vinícius.

O catador

Um homem catava pregos no chão.

Sempre os encontrava deitados de comprido

ou de lado,

ou de joelhos no chão.

Nunca de ponta.

Assim eles não furam mais – o homem pensava.

Eles não exercem mais a função de pregar.

São patrimônios inúteis da humanidade.

Ganharam o privilégio do abandono.

O homem passava o dia inteiro nessa função de catar

pregos enferrujados.

Acho que essa tarefa lhe dava algum estado.

Estado de pessoas que se enfeitam a trapos

Catar coisas inúteis garante a soberania do Ser

Garante a soberania de Ser mais do que Ter

BARROS, Manoel de. Tratado geral das grandezas do ínfimo


continuo acreditando que nosso maior problema não é a falta, mas o excesso...

edson

domingo, 19 de julho de 2009

nauseado ou o anti-sarney

"É preciso agir para servir aos sentidos e não às palavras" Sêneca

(ou, não usarás meu nome em vão)

edson nunes ferrarezi

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Por uma filosofia do acordar II.

Encontro:
estar diante dê, com fins a achar.
Achar:
o procurado com o intuito de tomá-lo junto a si.
Estar:
sentir a si mesmo em um instante-lugar.
Diante:
fixar-se em um para lá, intencionado como um fora, um não é daqui.
Em uma abertura deu-se o sorriso.
Sorrir é bendizer, saudar o forasteiro, o que não estava, mas era aguardado.
O ainda-não é o vigir do virá.
Quando se revelou,
se deu ao encontro:
um estar que compreende carinhosamente o que brota.
Carinho é o nome do afagar, do receber singelo.
Emerge do cuidado amoroso.
Amor: guardar e permitir que o próprio do outro surja.

O encontro supõe um lá? Não há um dirigir-se para o lá do encontro? Como se estrutura o lá do encontro, este supremo instante do evento encontrar? O encontrar supõe uma procura, uma estrutura, uma aguardar que indica o que brotará, ou o encontrar é uma abertura para um desconhecido, mas aguardado? Quando virá, avisará? Ou, sem avisar não chegará? Dá-se em um instante lugar, via atenção. Estar atento é abrir-se a.

Encontrar é amar o distante com fins a tratá-lo carinhosamente.

Por Marcos Vinícius.
Por uma filosofia do acordar.

Acordar. Descobrir-se em um dado instante e lugar. A via da experimentação dos sentidos é o caminho da plenitude – estar disposto em. A plenitude dos sentidos, a plenitude dos estados internos e a plenitude do fluxo de pensamentos. Exigência fundamental: suprimir a pergunta sobre o sentido do dado e vivenciar o dado dos sentidos. Experimentar supõe perceber-se no instante re-velado, em uma determinada significação. A condição do experimentar reside no deixar-se estar em um afeto específico. A condição do afetar é deixar-se levar pelo que afeta, tornando-se afetado. Afetar é a condição do vivo. O vivo dá-se no vigor do instante. No instante dá-se a plenitude do afetar. O ar afeta, o céu afeta, o mundo afeta, o outro afeta. Afetar é realizar-se no VIVO. Inúmeras tonalidades afetivas, inúmeros estados de afetação. Fruir o instante é prestar atenção ao vivo. O prestar atenção é um dispor na e pela afetação do instante. A fuga da densidade do instante rouba-nos a vida. O apelante no acordado é a vivência do estado circunstancial da afetação. Vã ansiedade - estar de prontidão para um depois, que retira de nós o habitar no estar acordado. Em um mundo regido por ‘um quando’ não se permite o afetar do estar.


Marcos Vinícius.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Citarei, também.

Sobre a completude. O que falta? Falta a permanência eterna? O que é a falta? A Falta é um sentimento. Um sentimento é um estado. O estado é um modo de sentir. O sentir do estar da falta é uma ausência. A ausência é um não estar, ou um retirar-se, ou um aguardar. Em um retirar-se algo que estava escapa. O escapado é a forma constante do retirar-se. Neste caso a ausência aponta para um era que não está mais. Por outro lado, é possível pensar a falta, não como uma antes que não está, mas como uma presença constante. Neste modo, o assombro vem, pois é a falta reveladora da angústia. Podemos vê-la como indicando um estar que aponta para a necessidade de preenchimento pelo futuro. O que virá, irá preencher. Porém, o advir e o antes não respondem adequadamente o sentido da ausência. A falta, derradeira, é percebida na permanência e pela permanência. Não se preenche a Falta com um era, ou com um virá, pois a falta revela-se no há, do aqui e do agora. A ausência, no aqui e no agora, dá-se no ultrapassar do que vige. No contínuo, falta-lhe o antes e o depois. Falta-lhe, sobretudo, o sentido, a meta. Porém, a experiência do fluir não é, em si mesmo, suficiente? Precisamos, peremptoriamente, ir além da experiência do estar pleno, no fruir do sendo? Prefiro abraçá-lo alegremente, a chorá-lo culposamente. Que os fragmentos que se seguem revelem a suave alegria dos equilibristas, ou os sôfregos lamentos dos amantes do sentido.

“Embora de início nos seja angustiante, essa meditação sobre nossa mortalidade acaba nos fortalecendo. Recolha-se em si mesmo, leitor, e imagine um lento desfazer-se em você mesmo, em que a luz se apague, as coisas emudeçam e não lhe dêem sons, envolvendo-o em silêncio, derretam entre as suas mãos os objetos que você segura, escorra sob seus pés o chão, desvaneçam como num desmaio as recordações, tudo se vá dissipando em nada, dissipando a você também, e em que nem mesmo a consciência do nada lhe reste, nem sequer como fantástica âncora de uma sombra”. Unamuno.

72 – “Desproporção do homem – Que o homem, voltado a si, considere aquilo que é diante do que existe; que se veja como um ser desencaminhado neste ponto afastado da natureza, e que, da pequena cela onde está preso, isto é, do universo, aprenda a avaliar em seu valor preciso a Terra, os reinos, as cidades e ele mesmo. Que é um homem dentro do infinito?

Que é o homem dentro da natureza, afinal? Nada em relação ao infinito; tudo em relação ao nada; um ponto intermediário entre tudo e nada. Infinitamente incapaz de compreender os extremos; tanto o fim das coisas como seu princípio mantêm-se ocultos num segredo impenetrável, e é-lhe igualmente impossível ver o nada de onde saiu e o infinito que o envolve.”

205 – “Quando reflito sobre a breve duração de minha vida, absorvida na eternidade anterior e na eternidade posterior, no pequeno espaço que ocupo, e mesmo no que vejo, fundido na imensidão dos espaços que ignoro e que me ignoram, aterro-me e assombro-me de ver-me aqui e não em outro parte, uma vez que não existe motivo algum para que eu esteja aqui e não alhures, neste momento e não em outro momento qualquer. Quem me colocou em tais condições? Por ordem e obra de quem me foram designados este lugar e este momento?”

206 – “O silêncio eterno desses espaços infinitos me apavora.” Pascal.

Liso gelo,
Paraíso
Para quem sabe dançar bem. Nietzsche.


Para o meu querido amigo Petrônio.
Marcos Vinícius.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Para um bom debate.

Em momento algum apelei para uma lógica da identidade, pois a convicção de base residia na impossibilidade de comparação, pois é impossível comparar algo que em si mesmo é pleno, neste caso, a permanência em si mesma é refutada pela necessidade. Quanto ao argumento materialista, não defendo uma essencialidade da matéria, nem muito menos uma imaterialismo ingênuo. Talvez, a discussão sobre a necessidade de habitarmos na esperança seja a via a ser adotada. Historicamente existiram alternativas que não apelaram para o dualismo. A via da imaterialidade da razão, inclusive, já foi demonstrada em seus fundamentos. Nunca se tratou da verdade, pois a mesma é apenas uma sintoma. Quanto à perfeição ou à imperfeição soam-me demasiado humano, lembram-me os ataques, os lamentos culposos de ser corpo, as concupiscências medievais. A ilusão da memória é um outro problema. Talvez, seria uma condição para pensarmos a permanência, neste caso, quem está apelando para uma identidade não sou eu. Quanto ao inacabamento, concordo com a posição do Decano, porém, sem a ilusão finalista, a menos que estejamos tratando do acabamento da condição humana: a morte. Acabamento neste caso remeteria para o Fim da vida. Prefiro adotar a noção de continuidade, soa-me mais honesta, menos humana: - somos a cada instante a mudança permanente, na ilusão da sua constância. Não se pode confundir as condições de vida com as necessidades humanas. O humano para ser ausentou-se da vida. A vida é um sendo, um bocado de necessidade e destino.

Marcos.

domingo, 5 de julho de 2009

de um ocioso professor de português

Concordo com o Petrônio: em bom latim perfectum = pronto, acabado, concluído
imperfectum = aquilo que ainda está em andamento, não concluído.
Portanto, "amando o imperfeito" é quase um pleonasmo, já que o gerúndio (amando) indica processo contínuo. Só não concordo com adjetivo "eterno", muito religioso.

edson

sábado, 4 de julho de 2009

Ao caro amigo Marcos.

"Mas, isso provém do fato de eu não ter estima por mim. Pode, porém, um homem que se conhece a si mesmo, estimar-se, mesmo um pouco que seja?" (Dostoievsky).

Não penso que o princípio da identidade dê conta da complexidade do fenômeno da vida. Eu o vejo (o princípio) muito fundamentado em um pressuposto de materialidade. Um determinado prédio será sempre esse prédio (e, mesmo assim, sofre as ações da chuva, do sol, do vento...). Entretanto, nós, humanos, todos os dias, nos tornamos seres diferentes e, simultaneamente, somos os mesmos. Seria possível nos compararmos a nós mesmos?
Além disso, penso que existe algo em você que também existe em mim. Esse algo é o que nos está permitindo dialogar (razão?). Poderíamos pensar que estamos nos movimentando em um mesmo plano e que, em algumas circunstâncias de espaço e tempo, nos cruzamos. Seria esse diálogo uma comparação?
Quanto à questão da falta, concordo com você, mas não vejo como um problema. O fato de um ser ver-se como inacabado não significa, obrigatoriamente, demérito. Para mim, é possível amar o imperfeito. Amando o imperfeito, é possível pensar em um processo eterno de auto-construção, sem culpa ou ansiedade?
O ser humano que não admite que lhe falta algo julga-se perfeito?

Petrônio.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

A imagem do blog

Em 2 de julho de 1816 a fragata francesa "A Medusa" encalhou próximo à costa do Marrocos e naufragou. Não havia número suficiente de botes salva-vidas. Os restos do navio foram transformados em balsa para tentar manter 149 pessoas vivas.

Uma tempestade arrastou a balsa para mar aberto. Os sobreviventes ficaram à deriva por mais de 27 dias.

A experiência dos sobreviventes impressionou muito o pintor, Theodore Gericault. Ele realizou um estudo profundo dos detalhes do naufrágio para produzir a pintura. Entrevistou os sobreviventes e viu os mortos. Criou vários estudos e desenhos para tentar reproduzir a íntima realidade humana nesta situação. O resultado é o quadro definitivo “Le Radeau de la Méduse”.

Esse quadro é a pintura de um acontecimento que comoveu a França.

Para o nucleado Pet. – homenagem póstuma.

Como é possível comparar? – considerar duas coisas sob a mesma medida, ou a partir de condições opostas. Se duas coisas são diferentes não faz sentido compará-las, talvez, apenas por exclusão, pois se A é A, A não é B. A comparação neste caso é por exclusão, por outro lado, como posso comparar duas coisas que sejam idênticas, pois se são idênticas A = A? O último ponto é a única via possível. Comparar coisas que não são iguais, porém não são totalmente diferentes. Neste caso, a comparação soa-me como impossível, pois a diferença que faz cada uma das coisas como diferentes exclui a possibilidade da sua comparação. Neste caso só é possível imaginar uma comparação que mantenha como constante algo a ser comparado, neste caso não faz sentido algum, pois voltamos ao caso anterior, aquele da igualdade. Não há progresso, apenas sucessão de eventos, pois a condição de afirmá-lo exige a comparação dos estados anteriores com os estados posteriores. A noção de progresso funda-se no desejo de suprimir a falta. O fundamento da falta é a experiência de afastar-se de si. A noção de progresso pretende recuperar a falta. Considerada como desvio, a falta tem como fundamento a incompreensão do sentido, desvelado apenas no futuro. Neste tipo de compreensão o significado do presente dá-se no futuro, por comparação. Voltamos ao ponto inicial, como é possível a comparação?

A arbitrariedade da linguagem não lhe retira a função de delegar o sentido, de ser o móvel da moralidade e da designação do mundo exterior e interior.”

Marcos Vinícius.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

apelo - petrônio granato

Apelo
Vem menino!
Me dá a garupa do teu pangaré
nascido de um cabo de vassoura.
Me dá abrigo em tua capa
de uma velha toalha de banho.
Decepa, com tua espada
feita de caixote de frutas,
as cabeças de todos os males que nos rondam.
Vem menino!
Traz de volta a esperança.
Traz de volta a coragem.
Traz de volta a pureza.
Vem menino!
Me deixa ser seu fiel escudeiro
e seguir contigo, para sempre, em tuas infinitas aventuras.