sexta-feira, 3 de julho de 2009

Para o nucleado Pet. – homenagem póstuma.

Como é possível comparar? – considerar duas coisas sob a mesma medida, ou a partir de condições opostas. Se duas coisas são diferentes não faz sentido compará-las, talvez, apenas por exclusão, pois se A é A, A não é B. A comparação neste caso é por exclusão, por outro lado, como posso comparar duas coisas que sejam idênticas, pois se são idênticas A = A? O último ponto é a única via possível. Comparar coisas que não são iguais, porém não são totalmente diferentes. Neste caso, a comparação soa-me como impossível, pois a diferença que faz cada uma das coisas como diferentes exclui a possibilidade da sua comparação. Neste caso só é possível imaginar uma comparação que mantenha como constante algo a ser comparado, neste caso não faz sentido algum, pois voltamos ao caso anterior, aquele da igualdade. Não há progresso, apenas sucessão de eventos, pois a condição de afirmá-lo exige a comparação dos estados anteriores com os estados posteriores. A noção de progresso funda-se no desejo de suprimir a falta. O fundamento da falta é a experiência de afastar-se de si. A noção de progresso pretende recuperar a falta. Considerada como desvio, a falta tem como fundamento a incompreensão do sentido, desvelado apenas no futuro. Neste tipo de compreensão o significado do presente dá-se no futuro, por comparação. Voltamos ao ponto inicial, como é possível a comparação?

A arbitrariedade da linguagem não lhe retira a função de delegar o sentido, de ser o móvel da moralidade e da designação do mundo exterior e interior.”

Marcos Vinícius.

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