Ao caro amigo Marcos.
"Mas, isso provém do fato de eu não ter estima por mim. Pode, porém, um homem que se conhece a si mesmo, estimar-se, mesmo um pouco que seja?" (Dostoievsky).
Não penso que o princípio da identidade dê conta da complexidade do fenômeno da vida. Eu o vejo (o princípio) muito fundamentado em um pressuposto de materialidade. Um determinado prédio será sempre esse prédio (e, mesmo assim, sofre as ações da chuva, do sol, do vento...). Entretanto, nós, humanos, todos os dias, nos tornamos seres diferentes e, simultaneamente, somos os mesmos. Seria possível nos compararmos a nós mesmos?
Além disso, penso que existe algo em você que também existe em mim. Esse algo é o que nos está permitindo dialogar (razão?). Poderíamos pensar que estamos nos movimentando em um mesmo plano e que, em algumas circunstâncias de espaço e tempo, nos cruzamos. Seria esse diálogo uma comparação?
Quanto à questão da falta, concordo com você, mas não vejo como um problema. O fato de um ser ver-se como inacabado não significa, obrigatoriamente, demérito. Para mim, é possível amar o imperfeito. Amando o imperfeito, é possível pensar em um processo eterno de auto-construção, sem culpa ou ansiedade?
O ser humano que não admite que lhe falta algo julga-se perfeito?
Petrônio.
sábado, 4 de julho de 2009
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Concordo com o Petrônio: em bom latim perfectum = pronto, acabado, concluído
ResponderExcluirimperfectum = aquilo que ainda está em andamento, não concluído.
Portanto, só podemos estar "amando o imperfeito" já que o gerúndio (amando) e um processo contínuo.
só não concordo com adjetivo "eterno".muito religioso.
De um ocioso professor de português.
edson