quarta-feira, 24 de junho de 2009

Sobre o errar e coisas afins.

O errar supõe o desvio de algo? Errar é um deslocar-se de um lugar esperado, de uma convergência, para um distante, um indizível. O errar não pode ser definido em si, apenas sê-lo em referência a algo que era o destino do ido. Semanticamente o errar propõe um problema, pois enquanto erro o errar não pode ser definido intrinsecamente, pois foge ao errar a certeza. Errar só é possível se sabe-se o caminho do não-errar? O errar mesmo é impossível, pois supõe, por definição, a sua própria ausência? A rigor, errar é apenas uma forma eufemística de dizer o seu contrário? O acertar é o não-errar? O errar mesmo é um assombro. Porém, é possível acertar sem errar? Como pode o errar ter como meta o acertar?

Por um viver na errância. A errância é um ir-se, um descolar do não-mais em direção ao ainda-não. A essência da errância é o fruir. O fruir é o perpétuo esvair do sendo. O acontecimento é o esvair do sendo. Não é um antes, também não é um depois.

O errar aponta para lugar algum. O errar é um desafio para as tentativas de definição, pois se esconde. O nada é a condição para se pensar o errar, mas não é o nada um impossível? Se é impossível o nada, como condição da estruturação da negação, é possível apreender em sua significância o errar? O errar é o vivo. O VIVO NÃO ACERTA, ERRA.

D’ele.

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