sábado, 20 de junho de 2009

O DIA DO SAPATO DO CONTADOR

Contador Cleber do Carmo Antunes

Confesso que durante esses mais de cinqüenta anos de vida imaginava que já tinha conhecido todas as utilidades do bom e velho sapato. Lembro até que, em época não muito recente o famoso “sapato velho” era comumente usado lá em casa, principalmente porque era eu o caçula e, por isso mesmo, só ficava com as sobras dos demais irmãos.

Do conhecido vulcabrás que possuía uma chapinha na ponta para durar mais. Passando por aqueles que insistiam em permanecer intactos, mesmo depois de um sem números de meia sola. Até aqueles colocados na época da infância na janela para esperar o bom velhinho chegar e mais recentemente os de couro de pele de animais em extinção, que quase enfartam os ecologistas, muitas foram e são as utilidades da velha peça do vestuário.

Sem qualquer tipo de apologia ou até mesmo a tentativa de satirizar os conflitos no Oriente Médio, confesso que gostei de assistir à nova utilidade do utensílio, e senti até mesmo um pouco de inveja quando o jornalista Muntander Al Zaide ao pronunciar as palavras “É o seu beijo de despedida do povo iraquiano seu cachorro. Isso é pelas viúvas, órfãos e pelos que foram mortos no Iraque”, atirou na direção do todo poderoso George W. Bush seus pesados sapatos de sola de borracha.

Como o episódio me fez lembrar de minha infância e de um número incontável de pessoas que, caso tivesse eu essa idéia esplendida, muita gente até hoje iriam lembrar da voracidade do meu velho e surrado vulcabrás.

No entanto, como esse tempo não volta mais, mas logicamente nossos desafetos continuam agora na profissão contábil e, considerando que no Brasil se comemora tudo, inclusive o dia do “amigo” fazemos a seguinte proposição: (Sem citar nomes porque a matéria ficaria muito extensa).

Criação do “dia do sapato do contador”, quando então, em nossa plenária iremos todos jogar os nossos sapatos em alguns representantes do legislativo, que teimam em não entender a importância da pequena e micro empresa para o nosso país. E, por isso mesmo tomam decisões em seus gabinetes, na maioria das vezes sem sequer ouvir os profissionais da contabilidade que podem contribuir para a eficácia e a eficiência da Lei. Sem esquecer de reservar uma pequena quantidade para serem jogados nos representantes do Copom, (Comitê de Política Monetária do Banco Central) que insiste em manter os juros mais altos do mundo sem se preocupar que esses procedimentos estão matando lentamente as maiores geradoras de emprego e renda de nossa terra. E finalmente, mesmo que sejam poucos pares possamos jogar alguns nos representantes da Petrobrás que, apesar do preço do barril do petróleo estar quase que 70% menor do que o ano passado, mesmo assim, não diminui o preço da gasolina.

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