terça-feira, 30 de junho de 2009

metáforas da vida ou crise de identidade, por edson nunes ferrarezi

Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, a palavra deriva do latim metaphòra (metáfora), por sua vez trazido do grego metaphorá ("mudança, transposição"). O prefixo met(a)-tem sentido de "no meio de, entre; atrás, em seguida, depois". O sufixo -fora (em grego phorá) designa 'ação de levar, de carregar à frente'.

Metáfora é o emprego da palavra, fora do seu sentido normal.


Catacrese é a figura de linguagem que consiste na utilização de uma palavra ou expressão que não descreve com exatidão o que se quer expressar, mas é adotada por não haver palavra apropriada - ou a palavra apropriada não ser de uso comum; são como gírias do dia-a-dia, expressões usadas para facilitar a comunicação. Estabelecem comparação às situações em que são atribuídas, qualidades de seres vivos, a seres inanimados. Exemplos comuns são: "os pés da mesa", "marmelada de laranja", "vinagre de maçã", "embarcar no avião", "cabeça doalfinete", "braço de rio", "dente de alho" etc. Consiste assim em uma metáfora de uso comum, deixando de ser considerada como tal.Consiste também em dar à palavra uma significação que ela não tem, por falta de termo próprio.


Catacrese:é o emprego de palavras fora do seu significado real; entanto, devido ao uso contínuo, não mais percebe que estão sendo empregadas no sentido figurado:


e eu que pensava que era uma metáfora descubro que sou uma catacrese

Para o Márcio. Sobre o coincidir.

Coincidência – incidir. Co-incidir. Incidir é o acontecer de algo em algum lugar, ou o acontecer de algo em algum lugar junto a alguém, ou com alguém. A incidência é o re-velar do que é, porém o re-velar-se do que é dá-se para um alguém, pois o re-velar-se é uma visibilidade. Na visibilidade do re-velar é dado um abrir-se. Há uma grande dificuldade para precisar a condição mesma do re-velar. Em nossa história reflexiva, ora privilegiou-se o sujeito frente ao que se revela como sendo o que é, ora pensou-se o re-velar-se como condicionado pelo sujeito que permite a re-velação. Hoje, pensa-se que o re-velar está fundado em uma anterioridade que o permite, ou que não há distinção entre o re-velar, e as operações que o permitem, supondo que o processo mesmo da re-velação assenta-se em condições que propõem o significado daquilo que se re-vela. Deste modo, o re-velar é tributário das condições objetivas que o permitem, ou da anterioridade que apresente estas condições como próprias para aquele específico re-velar. Porém, se a questão da incidência é de difícil acesso, pois supõe uma série de condições para a sua determinação, imaginem os transtornos, ainda maiores, para a definição da coincidência. Derradeiro é o espanto que surge nas coincidências, pois há neste espanto a suposição tácita que o re-velar mesmo esteja já explicado, pois a noção de coincidência supõe explicado o incidir, não colocando a questão mesma do re-velar. Deste modo, sem a explicação do re-velar, o sentido da coincidência fica sub-repticiamente comprometido. Porém, vamos perseguir as suas condições fenomênicas. A coincidência funda-se em um espanto. O que vige no espanto da coincidência é o assombro do absurdo. O absurdo é o coincidir, uma espécie de impropriedade, uma corrupção da legalidade do re-velar. Na coincidência o re-velar mesmo é assombroso. O assombroso é o pavoroso. O pavoroso é a tradução significativa do medo. O medo é o traço de significação da carência. A carência maior é a morte. Na morte vige o sem sentido mesmo do re-velar no humano. O assombro da coincidência é a re-lembrança da morte. O sentido dado à coincidência é um antídoto para o re-velar do sem sentido, do NADA. Deste modo, não é possível que haja coincidência sem que uma lei que a regule não tenha sido instituída. O sentido da coincidência é, DERRADEIRAMENTE, fruto do desejo de que o re-velar tenha algum sentido para além da sua ininterrupta aparição gratuita.

Marcos Vinicius.


segunda-feira, 29 de junho de 2009

cortês

Delicado, cerimonioso, educado. Adjetivo comum aos dois gêneros.

Santa Clara, no mal tempo/sustentai nossas asas./A salvo de árvores, casas/E penedos, nossas asas/Governai.

Santa Clara foi trazida para o Brasil pelos Portugueses. Clara teria o poder de garantir o dia seguinte limpo e com sol. Para o sol nascer no dia seguinte, deve-se fazer uma das quatro coisas: 1) gritar "Santa Clara, clareai o dia"; 2) colocar uma barra de sabão na janela para que ela possa lavar o céu à noite; 3) colocar farinha para a Santa em um lugar tranqüilo da casa; 4) colocar ao relento um prato com água e um terço.

Clara e Francisco eram corteses?

por Arthur Barroso

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Sobre o limite e do pipoqueiro.

“Linha de demarcação, raia, fronteira, termo”. Fazer o milho estourar.

A lógica do processo é um rumar em direção a. Para alguns pôr-se a caminho é destinar-se para um melhor. O caminho é um deslocar-se para frente, deixando o que nos impulsiona para trás. O impulsionar é o estado presente do passado. Na extremidade de um caminho encontra-se o limite. O limite carrega uma ambigüidade, pois pode ser o fim, ou o alcançar de um máximo em um exato instante-lugar. A arte da educação é elevar até o limite. Elevar é fazer realizar o possível daquele instante.

Naquele dia, não teve pipoca quentinha; não teve queijinho; nem ‘trás uma pra mim’. O dia em que o pipoqueiro não estava foi a noite do terno e da gravata, da roupa bonita e da bem amada, do brilho no olho, da satisfação de seguir, de ir... Na noite sem pipoca, o estouro soou no romper do limite, do festejar da conquista, do alcançar da meta. Foi o instante em que o ninguém da margem ousou sair.

Por Marcos Vinícius.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Sobre o amor.

Amar é o desejo de dois serem um. O amor retira a distância que separa os amantes no mundo, submetendo-os a si mesmos. A condição do amor é a atração. A atração é o nome de algo que não compreendemos bem. Uma força, um impulso, um deixar ir para lá. O lá do amor é o destino dos dois. O encontro entre o ir e o vir da atração é o orgasmo do amor. O amor é a fusão dos dois em um gozo. No gozo habita o um. O sentido do amor é o restabelecimento momentâneo da totalidade, é a expressão da carência do um, do seu sentimento de falta. A descoberta da falta é a atração. A atração é um deslocamento em direção ao que não se é, mas lhe diz respeito. No vigir da atração apela o encontro. Só há amor no encontro. No encontro, os corpos se dão à sedução: o olho toca a boca, que toca o peito, que afaga com a mão, que toca os lábios, já umedecidos e quentes, prenhes do perfume e das tensões do virá, do possuir, do deixe-me ser seu, sua. Gozo é o nome daquilo que o desejo buscava na palavra amor.

Por, Marcos Vinícius.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Porque querer a Ideia de platão?
Se toda pureza e beleza,
No universo estão


Por, lucas
Sobre o errar e coisas afins.

O errar supõe o desvio de algo? Errar é um deslocar-se de um lugar esperado, de uma convergência, para um distante, um indizível. O errar não pode ser definido em si, apenas sê-lo em referência a algo que era o destino do ido. Semanticamente o errar propõe um problema, pois enquanto erro o errar não pode ser definido intrinsecamente, pois foge ao errar a certeza. Errar só é possível se sabe-se o caminho do não-errar? O errar mesmo é impossível, pois supõe, por definição, a sua própria ausência? A rigor, errar é apenas uma forma eufemística de dizer o seu contrário? O acertar é o não-errar? O errar mesmo é um assombro. Porém, é possível acertar sem errar? Como pode o errar ter como meta o acertar?

Por um viver na errância. A errância é um ir-se, um descolar do não-mais em direção ao ainda-não. A essência da errância é o fruir. O fruir é o perpétuo esvair do sendo. O acontecimento é o esvair do sendo. Não é um antes, também não é um depois.

O errar aponta para lugar algum. O errar é um desafio para as tentativas de definição, pois se esconde. O nada é a condição para se pensar o errar, mas não é o nada um impossível? Se é impossível o nada, como condição da estruturação da negação, é possível apreender em sua significância o errar? O errar é o vivo. O VIVO NÃO ACERTA, ERRA.

D’ele.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Poema sobre a decadência.

Decadência é o estado do que decai, declinação, abatimento, corrupção. Cair - ir ao chão. Vulgar. Decair é ir de encontro ao chão. No chão, há terra. Decair é voltar, é prostrar no chão. No chão, habita o vulgo. O vulgo é o povo. Povo – poblo, poboo. Do lat. põpùlus.

Decair é desidentificar-se, perde-se do seu próprio. Distanciar-se de si próprio é o cindido. Cindido é o que perdido perde-se do próprio. Anulado pelos muitos, que distantes fundem-se no um. O povo é o um. O um dá-se na massa. A massa é um espremer e fazer sucumbir o próprio. Decair - ir daqui que sou para o lá do impróprio. O próprio pensa, o um fala. Decair é prostrar-se no um. A condição do decair é o orgulho. Fazer sucumbir o si próprio diante do olhar do um. Ir para o fim do próprio é decair.

Para o ponto tudo converge. O convergir é a essência do decair. Habita, hoje, a vergonha. Em nome do orgulho, vige a vergonha. A vergonha é a essência do ir ao chão. No chão, confundo-se tudo no pisado. O que está abaixo da sola. Abaixo da sola está o mandado. O mandado é o decaído.

Rumamos para a exuberância da decadência. Os seus sinais estão visivelmente presentes. A impessoalidade, o isolamento e o império da forma e do gosto. Na tipificação do riso e do gozo, dos gostos, dos toques, dos rostos.Tudo é um. O um é o mando. Obedecer...

Por, Marcos Vinícius Leite.

sábado, 20 de junho de 2009

O DIA DO SAPATO DO CONTADOR

Contador Cleber do Carmo Antunes

Confesso que durante esses mais de cinqüenta anos de vida imaginava que já tinha conhecido todas as utilidades do bom e velho sapato. Lembro até que, em época não muito recente o famoso “sapato velho” era comumente usado lá em casa, principalmente porque era eu o caçula e, por isso mesmo, só ficava com as sobras dos demais irmãos.

Do conhecido vulcabrás que possuía uma chapinha na ponta para durar mais. Passando por aqueles que insistiam em permanecer intactos, mesmo depois de um sem números de meia sola. Até aqueles colocados na época da infância na janela para esperar o bom velhinho chegar e mais recentemente os de couro de pele de animais em extinção, que quase enfartam os ecologistas, muitas foram e são as utilidades da velha peça do vestuário.

Sem qualquer tipo de apologia ou até mesmo a tentativa de satirizar os conflitos no Oriente Médio, confesso que gostei de assistir à nova utilidade do utensílio, e senti até mesmo um pouco de inveja quando o jornalista Muntander Al Zaide ao pronunciar as palavras “É o seu beijo de despedida do povo iraquiano seu cachorro. Isso é pelas viúvas, órfãos e pelos que foram mortos no Iraque”, atirou na direção do todo poderoso George W. Bush seus pesados sapatos de sola de borracha.

Como o episódio me fez lembrar de minha infância e de um número incontável de pessoas que, caso tivesse eu essa idéia esplendida, muita gente até hoje iriam lembrar da voracidade do meu velho e surrado vulcabrás.

No entanto, como esse tempo não volta mais, mas logicamente nossos desafetos continuam agora na profissão contábil e, considerando que no Brasil se comemora tudo, inclusive o dia do “amigo” fazemos a seguinte proposição: (Sem citar nomes porque a matéria ficaria muito extensa).

Criação do “dia do sapato do contador”, quando então, em nossa plenária iremos todos jogar os nossos sapatos em alguns representantes do legislativo, que teimam em não entender a importância da pequena e micro empresa para o nosso país. E, por isso mesmo tomam decisões em seus gabinetes, na maioria das vezes sem sequer ouvir os profissionais da contabilidade que podem contribuir para a eficácia e a eficiência da Lei. Sem esquecer de reservar uma pequena quantidade para serem jogados nos representantes do Copom, (Comitê de Política Monetária do Banco Central) que insiste em manter os juros mais altos do mundo sem se preocupar que esses procedimentos estão matando lentamente as maiores geradoras de emprego e renda de nossa terra. E finalmente, mesmo que sejam poucos pares possamos jogar alguns nos representantes da Petrobrás que, apesar do preço do barril do petróleo estar quase que 70% menor do que o ano passado, mesmo assim, não diminui o preço da gasolina.

Ac, que o dia do sapato seja instituído o mais breve possível. Segue a minha reflexão.

Sobre o aguardar e coisas afins.

Aguardar deriva-se de guardar – proteger, conservar, cumprir. Do lat. Medieval guardãre. Do francês: esgart – ato de olhar, de vigir.

O aguardar dirige-se ao aguardado, ao que virá. A condição do aguardar é a espera. Esperar é o aguardar do aguardado. A condição do esperar é o cuidado. Cuido para que o aguardar receba adequadamente o aguardado. No cuidado do aguardado reside o aguardar. A condição do cuidado é abrir-se para o que vem de lá, do que não está aqui. O cuidado está sendo no tempo. No aguardar reside o quê do tempo: o estar em direção a...

Estou no ponto de ônibus. Ali converge tudo que fui e sou, como tudo o que é e está sendo. Na espera, aguardo, sendo o que sou e atualizando o que sou A espera do que sei que virá. O que virá é aguardado como estando a vir. Aguardando espero... Quando chega, paro de aguardar.

Espero encontrá-lo bem. Aguardando serenamente o que virá. Entre nós manifestar-se-á uma vigília. Esperaremos encontrar no futuro os nossos encontros, grafados em algum lugar, e à espera dos que virão a conhecê-los. O que virá ninguém sabe, suspeita-se de que virão aqueles que nos dizem respeito, que são os nossos mais féis ou temerosos inimigos: os nossos pensamentos. Que o presente nos brinde com o que aguardando virá no futuro.


por: Marcos Vinícius

“Que tolice! Ensinar coisas inúteis, quando o tempo nos é avaramente medido”.

(Sêneca).

E quantas coisas inúteis fazemos. A começar pelas aulas. Vejamos: os professores de química querendo que os meninos aprendam sobre átomos e moléculas, quando eles estão buscando compreender outras “ligações” que não as covalentes, muito mais interessantes a serem feitas. Os professores de história explicando a importância da Via Ápia, quando o que interessa é saber qual o caminho mais curto entre a sua casa e o shoping. Os professores de matemática ensinando equações, vetores, forças, incógnitas quando para eles o único X que importa é o de Matrix ou do X-Man. Nas ciências, os professores ainda não entenderam que o crescimento das sementes, os fenômenos físico-químicos da digestão e a fotossíntese são tão interessantes quanto uma salada de chuchu, que o que importa mesmo é o que está ocorrendo lá no fundo da sala. A geografia querendo despertar o interesse pelo que acontece em Bagdá ou no Nordeste, quando a janela da sala de aula é o horizonte mais distante. Professores de português querem ensinar o gosto pela literatura e a conjugar verbos quando o único verbo que lhes interessa é o verbo ficar. Os professores de educação física, os únicos que estão no caminho certo, pois os jovens adoram a física dos corpos. Os coordenadores conversando com cada um, com a mesma paciência, na esperança de que eles acatem seus “sábios e bondosos conselhos”.

Viram como “somos inútil”.

Mas... Mas... Também sabemos que nossos alunos podem aprender química, história, matemática, ciências, geografia, português, física em qualquer escola – e quando quiserem. Sabemos também que eles não se preocupam apenas com futilidades, que estão vivendo o tempo deles. E se o tempo deles é de shoping, de ficar, de muita balada, é também um tempo de terrorismo, de seqüestro-relâmpago, de insegurança e incertezas. Cabe a nós, professores, conscientes disso, darmos a eles algo mais.

Por isso, os professores de química falam não apenas de átomos e moléculas, mas mostram que as ligações mais importantes são aquelas que não são vistas a olho nu; que não existe uma fórmula para o amor, mas os componentes aí estão, compete a cada um de nós “misturá-los” para sentirmos o seu agradável perfume; que mais importante que as reações químicas são as ações humanas. Os professores de história ensinam que a ignorância é o caminho mais curto para qualquer lugar, mas que o caminho do conhecimento é longo e tortuoso; que o mesmo país que gerou um energúmeno como G. W. Bush, também gerou um Thoreau. No século XIX, esse “avô dos hippes” foi preso por se recusar a pagar imposto para sustentar uma guerra civil. Escreveu um ensaio chamado Desobediência Civil no qual propõem a resistência aos governos injustos e que influenciou homens como Ghandi. Os professores de exatas ensinam que somar, dividir, multiplicar, diminuir não são apenas operações matemáticas, mas formas de nos relacionarmos com as coisas e com o mundo. Assim, como na parábola dos talentos, não devemos enterrar os dons que Deus no deu, mas multiplicá-los; que devemos dividir não apenas o que temos em excesso, mas também o pouco que temos; que “a alegria é a prova dos nove” e que “o resto é sempre maior que o principal”; que a maior incógnita não é a morte, mas a vida; que se eu somar erros o resultado será sempre negativo, mas somando erros e acertos eu poderei ter um número positivo. Os professores de ciências mostram que o maior de todos os fenômenos é a própria vida – “mesmo que seja uma vida como esta, Severina”. A geografia mostra a eles que mais importante e difícil que conhecer outros países é conhecer a si mesmos. Nas aulas de língua portuguesa e literatura eles aprendem que não importa a conjugação do verbo ficar, mas os seus complementos; que a poesia esta aí, basta “ouvir o rio correr”. Nas aulas de educação física eles descobrem o que os gregos antigos já sabiam: mente e corpo devem estar em equilíbrio. Os coordenadores fazem aquilo que só os pais são capazes de fazer: multiplicar o seu amor incondicional para os seus filhos, sem distinção, pois “qual o pai que dá uma pedra ao filho que lhe pede pão?”.

Preferimos ensinar coisas inúteis aos nossos alunos. Coisas que não os tornam mais ricos, ou mais bonitos, ou mais fortes. Ensinamos coisas que os tornam mais inteligentes, mais solidários, mais felizes. Não fazemos o jogo de um mundo pragmático, onde tudo tem que ter um valor imediato, monetário e... descartável. Continuaremos ensinando coisas inúteis. Só assim garantiremos aos nossos alunos a “soberania de Ser mais do que Ter”.

por: Edson Nunes Ferrarezi

Não sei se consigo aguardar serenamente. Tenho sentimentos talvez pretensiosos de direcionar minha vida. Mesmo que seja uma vida, como diz o Edson, "Severina".
Além disso, projetar um futuro não seria o mesmo que "cuidar do aguardado"?
Será que, enquanto humanos, estamos fadados a uma permanente e eterna inquietude ou insatisfação?
Será que a ignorância nos traz paz?
Penso que não há caminho de volta para nenhum de nós e, ao mesmo tempo, também não vejo luz no fim do túnel.
Semana passada, algum de vocês me disse que eu queria salvar o mundo. Acho que quero só me salvar. A salvação do mundo fica por conta do Edson. Abraço a todos!

por: Petrônio

Esgotado – gota . Do latin gûtta. Esgotado. Méd. Diátase caracterizada por perturbações viscerais ou articulares com depósitos de uratos. Diátase: afastamento de dois ossos que eram contíguos sem que haja propriamente luxação. O esgotado é o afastado. Afastar é o deixar de estar em um lugar que é próprio em direção ao nada. A condição do afastar reside na fuga do si mesmo, pois afastar é por de lado, distanciar. Quando esgotado, distante estou da transcendência que mantém o ímpeto. O ímpeto do esgotar é o falir. O pólo do ser é o nada.

A vontade é um rumar, rumar para o que lhe é próprio. O esgotamento revela o momento da vontade para o nada, para o aniquilamento. À vontade no nada, assim reclama o ímpeto do esgotado. O que mais incomoda o esgotado é o ímpeto. O peso do ímpeto no esgotado reclama o nada ansiar, como se mesmo aí, não houvesse anseio.

Caro amigo, não há alternativa diante do querer que nos é próprio, mesmo que seja o ansiar o nada. Salvar-se é mergulhar na propriedade do próprio. È no ouvir o ser próprio que reside a salvação. Para mim, não há salvação fora da vontade, mesma que seja o salto no seu próprio absurdo. Ao esgotado cabe esgotar.


por: marcos vinícius

Tópicos ao correr da pena


Caridade, hombridade, amor ao próximo, honestidade, senso de justiça e afins sempre foram virtudes reclamadas por pessoas religiosas e de elevada grandeza espiritual e que tais. No entanto, estas virtudes estão muito mais disseminadas entre ateus, agnósticos ou aqueles que têm uma crença no divino não mediada por religiões instituídas.

Quando se aproxima um religioso só há duas atitudes: uma mão na carteira e a outra na cartucheira.

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Da sabedoria popular: “coruja que gaba o toco, fogo nela”.

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Em homenagem ao ilustre acadêmico Petrônio Granato, uma citação de Victor Hugo: “quem poupa o lobo sacrifica o cordeiro”. Não só os espíritas gostam do autor, os nazistas também o citam.




Como diz o cartaz do XEROX de nossa nobre instituição de ensino, deixe seu cd em casa, pois sem ele a gravação de seus dados é mais barata.

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Para encerrar, em forma de Hai-kai:

A parede

Do dente

Ainda resistente

Arthur Barroso