Chorava lágrimas de nuvens.
E, se os estados fossem apenas modos de ser da necessidade que somos? Afinal, pode a água da fonte parar de cair? Pode o céu ensurdecer-se de dor, feito o mensageiro do lírico? E, se o poeta fosse o jogo da linguagem em si mesma, sobrepujada, não pela tensão da linguagem ou da imaginação, mas pela submersão aos estados, que apenas pedem passagem e se estabelecem como uma vã necessidade? Pois, se o poetar não é da ordem da técnica, e muito menos, da fruição na linguagem, não poderia ser um presente? Não seria mesmo um presentar-se ao pre-sente?
Por Marcos Vinícius.
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