sábado, 11 de fevereiro de 2012

Ao longe, muito longe - Para onde voam os pássaros.

Quando distante das estrelas as nuvens evoluem com cintilante destreza, apesar de longe não se ver as paragens onde as vacas se alimentam de pasto. Para além do pasto sofrem os que ainda se deleitam em tentar afirmar o que de algum modo pode produzir ruído. Da janela vejo a nuvem carregada de possibilidades. Da soleira da porta avisto o distante mar que se debruça sobre as ondas sonoras. Distante de qualquer distância um sonoro ruído faz as pazes com as senzalas. As correntes ruidosamente esfacelam-se sobre o vão carcomido pela memória do tempo. Afinal, se ainda há algo... Nas soleiras das portas abrigam-se os vãos que separam e impõem a di-ferença. Na linguagem que fala as coisas se enamoram na di-zeção... Evocar é acolher de modo a reivindicar a pre-sença daquilo que se dá como língua. Ressoar na língua... Um mundo e coisas se estabelecem, além de aquele que diz e o dizer do que diz. Em um ponto de interseção a fala, o falado, a coisa dita, o dizedor, a ocorrência do dizedor, o céu e a terra e o  dizedor se dão no modo que permite que todos as formas de dizer se dão, evocando-se, prostando-se e acolhendo-se na linguagem que fala.

Por Marcos Vinícius

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