O sentido prevalece como a condição de qualquer dizer. A designação, a manifestação e a significação são posteriores ao sentido, que em si mesmo é problemático. As soluções são dadas dentro de uma referência possível, mas a condição mesma da referência é dada anteriormente. A anterioridade expressa-se como um acontecimento. O acontecimento delimita-se pela distância infnita que separa os horizontes possíveis de apresentação. Dentro de um dado, o dado apresenta-se como possível. Mesmo o Eu, já se expressa como uma formulação posterior. O passado, o presente e o futuro demandam, para a sua possibilidade, uma anterioridade que não se alinha ao sentido dado ao tempo pela percepção de um eu.
Pensar a radicalidade da vida significa submeter-se a torrente que nos constitui. Um devir que se desdobra como um conjunto de relações complexas de atuação. O atuar dá-se como tempo. Não há o atuar, mas atuações, sempre dinâmicas e complexas. Por atuações compreende-se a imanência em si do que atua. O atuar move-se em uma atuação que se desdobra como um confronto. É necessário pensar apenas a atuação como atuando nas suas infinitas realizações. Um evento é um desdobrar das atuações. O sujeito mesmo é a realização de uma dinâmica de atuações. Atuar é manter-se em constante atuação. Força é o nome dado a qualidade do que atua. A qualificação da força é a manutenção mesma da atuação. A qualidade do atuar é a força, a qualidade da força é o seu agir. Agir é o modo de ser daquilo que atua. Não é possível ultrapassar a atuação, é muito menos acessar um Nada, um ponto de equilíbrio, uma constância. A noção de permanência, de identidade e mesmidade é resultado de um modo gramatical de pensar, sempre na suposição da predicação de um sujeito que é. Atuar - permanência múltipla.
Por Marcos Vinicius.
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
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