terça-feira, 21 de setembro de 2010

O estar

O estar.

Para além de lá. Para aquém de ir. Para além daqui para lá. O estar ressoa como emergência. Emergência é um brotar. O brotar do que brota vige no estar. O é do estar dá-se brotando. Brotando não remete para um além daqui, nem muito menos em um para lá, ou, um para a onde. Fluir é o nome do que brota no quando do vigir do estar. Não há algo que flui no fluir, há o fluir do que vige quando flui. Mesmo se optar-se por um estando, subrepticiamente, manter-se-ia, uma essência? O vigir vige. O que se permiti dizer e falar: o vigir do que vige no estar vige quando o estar se dá vigindo: a emergência. O que emerge não vem de lá, nem daqui, o emergir vige. Vigir brotando. Para além do vigir não há. O vigor do vigir dá-se como vigorando. Vigorar é vigir. O o, a, é, são limites inequívocos? Como é possível dizer e pensar o vigir do que vige sem substantivá-lo? Sem submetê-lo às condições inerentes a uma dada linguagem, que se proposicional, postulará, sempre, um sujeito e uma predicação? Aqui reside o limite do dizer e as condições de expressão de um pensar? Para além da questão reside a expressão: estar é um modo do vir do que vige. Do que, aqui, não é uma essência, nem muito menos remete para tal, é apenas um limite para expressar o pensamento que afirma que vigir, no sentido que pretendemos alcançar, não pode ser dito sem ser substantivado. Todas as alternativas remeterão para o indizível que aqui não pode ser dito sem incompreensões, pois a própria palavra vigir supõe o vigir como uma essência? Penso que o remetimento para a afirmação de que com a noção do vigir não apelo à essência, seria satisfatório para o opositor que acusaria a afirmação de metafísica. Por metafísica toma-se a consideração das essências, como puras em si e todo o dualismo que daí se processa e as suas implicações para uma filosofia da afirmação do puro vigir. O vigir, deste modo, não é a essência, nem muito menos uma substância, mas apenas um conceito que aponta para a equivalência entre o estar é a sua condição mesma de expressão em uma dada linguagem. Por outro lado, não se trata de dizer que por esta razão estamos na verdade do conceito e da sua referência, pelo contrário, apenas postulando-se a necessidade de se continuar a impor condições que nos permitam expressar a condição na qual estamos. O vigir dá-se como emergência ininterrupta. Deste modo, não cabe aqui indagar se esta expressão é verdadeira ou falsa, se é adequada ou não, ou se remete para algo que existe ou poderia existir. O derradeiro reside: a expressão potencializa a afirmação: fazer atuar o que vige nas dinâmicas de todos os vigires do estar (es).

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