quarta-feira, 4 de julho de 2012

Sobre a distância.


Os pássaros incautos caminham na experimentação, rumo aos mergulhos profundos na sua solidão. Distantes estão das seguranças benfazejas da manutenção daquilo que se constrói na narrativa sobre si mesmo, do afeto de mando que os formou em uma dada hierarquia de impulsos. A tensão que os configura leva-os aos limites da afirmação da inalienável pulsão caótica que os abriga, no seu jogo infantil de ir e vir, de criar e destruir. A tensão se mantém. Novas vozes pretendem impor-se na pletora de dizeres possíveis, afinal, o seu vôo descreve imersões em silêncios, em distanciamentos fabulosos do si mesmo que pretende manter o modo de ser do seu voar. Abrigar-se na distensão sobre si mesmo marca os pássaros incautos. Na distância e no afrontamento da unidade habitam. Conjugam prazer e dor no limbo que expressa o seu plainar indefinido.  Decisivamente a distância  os faz voar...